quarta-feira, 3 de junho de 2009

Buenos Aires (3º dia)

O 3º dia foi o mais agitado! Saímos cedo do hotel para irmos à tradicional feira de San Telmo. O trajeto foi feito de metrô, em uns quinze minutos apenas. A região tem muitos andarilhos, na verdade, a maioria é de bolivianos que saem do seu país, e vão sem nenhum tipo de instrução, moradia ou expectativa de emprego em Buenos Aires e assim acabam indo para nas ruas. E na região tem uma associação de amparo aos bolivianos.
Quando chegamos ao nosso destino, nos deparamos com uma feira que vende tudo quanto é lembrança da argentina, enquanto que no meio da praça principal, alguns artistas dançam tango. E olha que em matéria de qualidade, eles não ficaram devendo nada para os artistas de “teatro”.
Um pouco antes do almoço pegamos um ônibus que ia para o bairro da Boca. Os ônibus em Bs. As. são engraçados, pois não tem roletas e sim uma máquina em que o passageiro coloca as moedas correspondentes ao valor da passagem, por isso, dá até para ir sentado por um bom tempo do trajeto, para depois pagar a passagem. Lógico, que como não há fiscalização, os motoristas aproveitam para pegar algumas passagens para si, como nós presenciamos.
Chegando ao bairro, vimos de longe o estádio de La Bombonera, do Boca Juniors, que se destaca no meio das construções pela sua imponente cor amarela. Eu particularmente soltei um sorrisão, só de saber que iria mais tarde entrar no estádio para assistir a partida entre Boca Juniors e San Martín, de Tucumán – norte do país.
Em seguida, passeamos bastante pelas estreitas ruas com casas coloridas, que criam o charme que faz deste bairro, o mais visitado pelos turistas.
É uma região gastronômica e cultural de Buenos Aires. Encontramos desde um sósia do Maradona, até muitos dançarinos de Tango e outros ritmos musicais do país, até um cara com uma jaqueta do Motorhead.
Depois de fazermos as fotos, procuramos alguns restaurantes para almoçar. Os preços não são lá muito baratos, mas o clima da região, manda o turista ficar mais um pouco em La Boca, mesmo que somente para almoçar.
Já eram 16h e precisávamos voltar para o centro da cidade, pois queríamos passar pela famosa calle Florida - o calçadão deles - fotografar o Obelisco e voltar para o hotel, para descansar e a noite irmos ao jogo.
Pegamos o colorido ônibus da linha 29, que ia para o centro. Como esse ônibus dá muitas voltas na região até chegar ao centro, aproveitamos para conhecer mais lugares durante esse trajeto.
Finalmente, passamos nos principais pontos turísticos do centro, Obelisco e Calle Florida, fizemos muitas fotos, eu aproveitei para comprar livros de história da cidade e achei uma loja que vendia flâmulas de times de futebol por $ 5 pesos. Em um minuto comprei de dez times. Na verdade, livros que contam histórias de cidades e qualquer coisa relacionada a futebol, são dois hobbys que tenho.
Ficamos uns minutos ainda olhando o movimento intenso de carros no cruzamento das avenidas 9 de julho e Corrientes, antes de pegarmos o metrô.

No hotel descansamos e comemos um pouco até dar a hora de chegar o remi que nos levaria à La Bombonera.
Embarcamos para o campo do Boca, mas o remi não pôde nos levar próximo ao estádio, pois entre a avenida principal do bairro e a La Bombonera existe um grande campo aberto, que tivemos que passar a pé. A Leila ficou preocupada, pois o lugar é bem escuro e tanto o bairro como a torcida do clube não tem boa fama, mas conversamos com políciais, que nos instruíram por qual caminho chegaríamos mais fácil.
Nos misturamos aos torcedores argentinos e depois de vários “pergunta aqui, pergunta ali”, achamos onde era o setor de credenciamento de imprensa, que fica em uma rua ao lado do estádio e parece mais com uma casinha de cachorro-quente.
Já dentro do estádio, eu me senti o máximo, pois nem acreditava que estava assistindo uma partida no estádio que qualquer time do Brasil sonha em um dia jogar.
A torcida do Boca é considerada a mais fanática do Mundo, e jogando em casa, o Boca é praticamente imbatível. Só para ter uma idéia da coisa, em 2003 o Paysandu, de Belém do Pará, venceu o Boca na La Bombonera, por 1x0, em jogo pela Libertadores da América, com apenas nove jogadores em campo (dois expulsos) e quando regressou em Belém, os atletas foram recebidos como heróis, inclusive pelo governador paraense.
O estádio é bem antigo e boa parte da estrutura é improvisada, como por exemplo, o elevador para imprensa, que mais parece um andaime. Mas os três lances de arquibancadas, quase íngremes, são o charme e dão a famosa pressão do estádio. O Boca venceu o San Martín, de Tucumán, por 3x0, jogando muito, mas muito mal, entretanto, para quem é turista e gosta de futebol, o show vindo das arquibancadas, praticamente deixa a partida em segundo plano.
Após o final do jogo, achamos interessante o procedimento da polícia, que “segura” a “La 12” – torcida organizada (e super violenta) do Boca - por cerca de uma hora, para que os torcedores rivais e os próprios boquenses não organizados, saiam em segurança. Ou seja, mais uma hora de festa e muita música da “La 12”. O repertório é interminável.
Ao saírmos, ficamos um pouco apreensivos, pois cortamos caminho pelo lugar errado, e tivemos que voltar ao estádio para pegarmos a rua certa (quase na hora da organizada sair do estádio) e andamos por seis quadras praticamente sem iluminação, mas avistamos alguns políciais em um carro, que mais parecia um tanque de guerra, com três metralhadoras. Tudo isso para o jogo do Boca contra um time pequeno, imagine então como deve ser o esquema de segurança durante um clássico do Boca contra River Plate, San Lorenzo ou Racing.
Eu até não me preocupei tanto quanto a segurança, pois tínhamos visto, um cara com a camisa do Corinthians e mais adiante um com a camisa do Brasil, andando sem nenhum argentino provocar, então, quem iria fazer algo contra “paisanas”.
Combinamos com o motorista do Remi, que ligaríamos do telefone público de um posto de gasolina da região, para ele nos buscar, mas o aparelho não funcionou. Conversamos entre nós sobre o que fazer neste caso, se iríamos de ônibus ou chamaríamos um taxi mesmo. No final, consegui ligar de uma lanchonete nas proximidades e uma meia hora depois o carro estava lá para nos levar ao hotel.
Já eram umas 23h e estávamos com fome, no hotel. Eu fui então no McDonald's do Shopping Abasto, afinal, ia pagar em pesos. Por sorte minha, a atendente muito mal-educada que me atendeu, esqueceu de cobrar os potes de café, sorvete e um hambúrguer. Percebi somente no hotel, já de barriga cheia. Ahah!
E por fim, como sempre faço antes das voltas, não durmo enquanto não arrumo a mala. Por isso, fui dormir às 5h, sendo que às 9h tinha que acordar.

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